Se você, assim como eu, está tentando acompanhar a série de artigos que Eduardo Belotti escreveu sobre a trajetória do Real Valor, sabe como pode ser frustrante não encontrar os links para os próximos textos ao terminar de ler um. 🤬
Para facilitar, eu compilei todos os links da série de uma vez.
Agora que todos os links estão em um só lugar, é só seguir a saga e entender como o Real Valor se tornou uma das principais plataformas de consolidação de investimentos do Brasil. Aproveite a leitura!
A Saga
Eduardo e Gabriel, sem background em tech ou finanças, decidiram criar o Real Valor em 2017.
Eduardo começou a investir em 2014, mas achava difícil acompanhar seus investimentos.
Tentou usar planilhas do Excel, mas isso logo se tornou inviável.
Gabriel, enfrentando o mesmo problema, sugeriu que criassem um app.
Mesmo sem saber programar, decidiram seguir em frente com a ideia.
O objetivo era ajudar pessoas a acompanhar seus investimentos de forma simples.
Começaram a trabalhar na biblioteca da PUC-Rio.
Parte 2: Iniciando os trabalhos
Decidiram fazer um app ao invés de uma plataforma web, seguindo a tendência de uso de smartphones.
Escolheram Android por ser mais popular no Brasil e por ter mais suporte online para Java.
Compraram um curso para aprender Java, mas logo abandonaram o formato tradicional de aulas.
Definiram um MVP básico: input de dados e gráficos de desempenho.
Lançaram uma versão com funcionalidades mínimas, usando dados fictícios e depois dados reais da Bovespa.
Automatizaram o processo de atualização diária dos dados no app.
Decidiram o nome Real Valor após várias tentativas e justificativas.
Criaram um logo temporário, parecido com o da Rexona, mas serviu para o lançamento alfa.
Começaram a testar o app com amigos, mas notaram que o feedback seria mais útil de usuários reais.
Frequentaram eventos de startups, como o da ACE, e se inscreveram em programas de aceleração.
O Real Valor foi rejeitado pela ACE inicialmente, gerando frustração, mas também motivação para melhorar o app.
Decidiram criar um logo definitivo, com uma arara azul como mascote.
Definiram as cores azul e laranja, simbolizando renda fixa e renda variável.
O modelo de negócios escolhido foi similar ao do Spotify, com versão gratuita e premium.
Lançaram a versão beta do app, recebendo feedback direto dos usuários.
Utilizaram grupos do Facebook para encontrar os primeiros usuários.
Conseguiram apoio de André Bona, influenciador de finanças.
O app foi acidentalmente lançado em produção, marcando o lançamento oficial.
Parte 5: As dúvidas do empreendedor
O app Real Valor estava na Play Store e com usuários ativos, mas ainda não gerava receita.
A equipe tinha dúvidas sobre como criar e precificar um plano premium.
Os fundadores tinham receio de vender o produto e focavam na melhoria da versão gratuita.
Tentaram desenvolver uma versão para iOS, mas sem sucesso em encontrar desenvolvedores dispostos a trabalhar apenas por equity.
Após melhorias no pitch, foram aceitos no programa de aceleração da ACE.
A decisão de participar envolveu ponderar custos e riscos pessoais.
Parte 6: O Real Valor se muda para São Paulo
O Real Valor se mudou para São Paulo em 2017 para participar da aceleração da ACE.
A primeira semana incluiu palestras e atividades de integração.
Os fundadores receberam apoio e desafios do seu mentor, Sullivan Santiago, que os pressionava a atingir o Product Market Fit.
O Valor Econômico contestou o registro da marca “Real Valor”, mas a equipe decidiu manter o nome.
O time começou a preparar a monetização do app, com planos para lançar um plano premium e integrar um gateway de pagamento externo.
Parte 7: Os desafios pessoais de morar em SP
Eduardo Belotti volta a São Paulo para a aceleração, sem salário, com foco em economizar.
Ficou hospedado no sofá de um amigo, Lopes, até encontrar um lugar barato.
Mudou-se para uma república chamada Doutor Danúbio, onde morava com Floripa e depois Gabriel.
Realizavam uma rotina de trabalho intenso e refeições econômicas, apelidadas de "Frango Saara".
A rotina era 100% focada no sucesso do Real Valor, com malhação e economia extrema.
Parte 8: Os desafios de cobrar pelo produto
Fim de 2017: necessidade de monetizar o Real Valor.
Lançamento do plano premium com funcionalidades adicionais e limite de ativos para usuários gratuitos.
Primeiras vendas foram realizadas, mas sem grande sucesso.
Problema: nota do app caiu e bugs foram criticados.
NPS negativo (-50), usuários insatisfeitos.
Decisão de remover o premium e buscar outra forma de monetização.
Apresentação à ACE de plano com parcerias para distribuição de produtos de investimento.
Após semanas de incerteza, ACE investiu 150k.
Próximo desafio: gerar receita com o investimento.
Parte 9: A procura da monetização perfeita
Início de 2018: Real Valor com mais de R$100 milhões monitorados.
App cheio de bugs devido à programação sem experiência prévia.
Contratação do Ferolla para refatorar o app e criar versão iOS.
Criação de um blog para atrair novos usuários sem gastos com anúncios.
Eduardo troca de sobrenome para evitar concorrência no Google.
Ideia de monetização com White Label para grandes players do mercado.
Reunião com Empiricus não gera acordo.
Acqua Investimentos mostra interesse, mas requer aprovação da XP.
Parte 10: Da rejeição à monetização
Em 2018, após receber 150k de investimento, Real Valor contrata um desenvolvedor e alguém para o marketing.
Crescimento de usuários e equipe, mas dificuldade para monetizar continua.
Reunião marcada com Gabriel Leal (XP), mas foi conduzida por outra pessoa, resultando em fracasso.
Nova versão do app lançada com importação automática, mas enfrentou problemas de performance.
Rollback após feedback negativo e pedido de desculpas.
Parceria com Monte Bravo para geração de leads trouxe sucesso monetário.
Parceria inicial com a Acqua não avançou devido a XP.
Real Valor enfrentava a decisão de ficar em SP ou voltar para o RJ ao final da aceleração da ACE.
Gabriel revela estar emocionalmente no limite e deseja voltar para o RJ.
Ambos decidem retornar ao Rio de Janeiro, deixando São Paulo.
Conseguem vaga no coworking Oito com ajuda da ACE.
São aceitos no programa Startup Rio, garantindo 80k sem ceder equity.
Parceria com a Monte Bravo cresce, mas há indícios de que querem comprar o Real Valor.
ACE orienta a equipe para lidar com uma possível aquisição.
Início de 2019, Real Valor era o melhor app de acompanhamento de investimentos, mas sem versão desktop.
Um email de um usuário motivou a criação da versão web.
Monte Bravo insinuava compra, mas sem propostas diretas.
ACE orientou a equipe sobre cash out e earn out.
Preço de 7 milhões foi proposto, Monte Bravo rejeitou.
A parceria com Monte Bravo esfriou.
Problemas pessoais surgem: o tumor Desmóide do autor retorna.
O autor enfrenta uma possível amputação, levando-o a um estado depressivo.
Ambos sócios estavam próximos de desistir do Real Valor.
Decidem tentar uma "última dança" antes de desistir.
Parte 13: Entrando no mercado financeiro
O autor e Gabriel estavam prontos para desistir do Real Valor, mas decidiram testar duas novas ideias.
Aceleradora Startup Rio ajudou a repensar o negócio.
As ideias: criar um curso online ou abrir um escritório de assessoria.
Desistiram do curso e focaram em assessoria.
Passaram na prova da Ancord para abrir escritório.
Órama ofereceu condições vantajosas, mas a XP ofereceu bônus atrativos.
Escolheram a XP, fundando a RV Investimentos.
Tiveram que sair do coworking e abrir um escritório próprio.
A história continua com desafios à frente.
Parte 14: Não é que começou a dar certo?
O escritório RV Investimentos foi criado, captando clientes através do Real Valor.
Anúncios no app incentivavam usuários a abrir contas, mas o modelo foi interrompido pela XP.
O ritmo de abertura de contas caiu, e as ligações para prospectar clientes se tornaram um desafio.
A XP conectou o Real Valor com Bernardo da Winner Investimentos.
Após negociações, ocorreu a fusão entre RV Investimentos e Winner, criando a RVI Capital.
O RVI Capital prosperou, gerando receita significativa.
Finalmente, o Real Valor começou a monetizar com sucesso.
Parte 15: As iniciativas no produto que mudaram o jogo
O Real Valor finalmente começou a gerar receita com o escritório de assessoria.
A conexão com a comunidade foi essencial para o sucesso, ouvindo feedbacks e implementando sugestões dos usuários.
Lives semanais durante a pandemia aumentaram o engajamento dos usuários.
Mudanças na tela inicial e onboarding focado no "Aha moment" melhoraram a retenção.
A retrospectiva anual inspirada no Spotify e o especial Covid aumentaram o compartilhamento e a retenção.
Estratégias de SEO e ASO impulsionaram downloads após um concorrente passar a cobrar assinaturas.
Monetização bem-sucedida via leads para o RVI.
Pandemia atrasou investimentos e forçou cortes.
Google for Startups ajudou a reduzir custos e otimizou servidores.
XP comprou o concorrente Fliper, gerando incertezas.
A aquisição da XP levantou preocupações sobre a competição.
RVI afiliado à XP, criando conflito com a nova aquisição.
Corretoras demonstraram interesse no Real Valor após o deal da XP.
Mudança de foco para uma possível venda da empresa.
O processo de captação de investimentos se intensificou.
Parte 17: Preparando para vender
Vários bancos e corretoras começaram a contatar para possível compra.
Avaliação inicial de valores importantes: valuation, lockup, earnout, cash out.
Primeira conversa sobre compra revelou burocracia e efeitos negativos.
Objetivo: Achar comprador com valores alinhados e potencial de crescimento.
Insights de quem já passou por M&A: demora, negócio sofre, ter caixa.
Usar múltiplos de concorrentes para definir valuation aproximado.
Processo de captação de recursos dificultado pela pandemia.
Novas conversas e negociações a caminho com várias instituições financeiras.
Várias empresas interessadas na compra do Real Valor.
O objetivo era vender para uma corretora com valores alinhados.
Conversas avançadas com a Toro, mas o Santander comprou a corretora.
Gabriel e o usuário decidiram seguir com Empiricus/Vitreo.
Negociação incluía parte em dinheiro e parte em ações.
Outros interessados aceleraram ofertas ao saber da negociação.
Decisão final: Empiricus/Vitreo ofereceu maior alinhamento estratégico.
Contrato foi assinado após vários contratempos.
Após três anos, o Real Valor foi vendido à Empiricus.
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